Colchão do meu suor

Sam
1 min readMar 24, 2020

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Amanheci com meu corpo grudado no suor do seu corpo. Minhas mãos se aquecem no calor de sua barriga. Observo seus olhos adormecidos depois de uma noite em qual passei meus dedos na temperatura do seu ventre. Reparo a sua fisionomia repousada, na minha cabeça ainda escuto a sonoridade de você ofegante e o quanto aquilo me fez mergulhar. Te olho com ternura, pensando na dor que eu sentiria em saber que não posso eternizar o material. O mundo concreto é tão efêmero e, o meu mundo interno é tão fixo.

O calor da sua perna em meu rosto foi tão fugaz, estou vivendo no agora acordada

lembrando

Te sentir mulher, me faz me amar como mulher. E o encontro dos nossos lábios com a textura aguada agora se tornou saudade. Choro pelos olhos, ou melhor, choro pelos dedos que um dia já te tocaram, mas agora sublimo teu calor com uma caneta e um papel.

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Sam

“Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida”