Solidão inerente de viver nas bordas

Sam
2 min readSep 8, 2018

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Borderline tem diversas cores, alguns tons de azul escuro, outros azul mais claro. Então deixo aqui a cor das minhas emoções. Me sinto vivendo em uma corda bamba, a qualquer momento posso cair e não sei qual vai ser a gravidade da queda. Meus sentimentos vivem na borda, é como se fosse um copo cheio, se alguém encostar sem cuidado pode derramar toda água que possui.

Minha maior dificuldade é encontrar o meu “eu”, por isso existem diversos “eus” que habitam dentro de mim.

Esses sentimentos tão profundos que me fazem capaz de acreditar no “amor a primeira vista” me fazendo sentir totalmente dominando meu corpo e minhas artérias.

Meu grito sufocante é no meu silêncio, no meu olhar melancólico e penetrante. Já não consigo mais gritar pra fora, meu grito se tornou inteiramente interno. Meu medo de machucar os outros é maior do que machucar a mim mesma.

Acho que algum dia alguém já sentiu um pouco border. Aqueles dias de baixa autoestima e sentimento de insuficiência. Na primeira tristeza profunda da paixão não correspondida, ou no sentimento denso de um término de namoro. A diferença entre estar border é que uma hora isso vai passar. Ser border é conviver com esses sentimentos de imensa melancolia todos os dias. Parece que algo me falta, e essa falta é de mim. Não sei como e onde me encontrar. Talvez não seja mais difícil ser solitária quando me sinto assim desde a minha infância. A solidão é o melhor e o pior caminho que percorri, ao mesmo tempo que me sinto acolhida, ela me sufoca.

O sentido da vida sempre será uma incógnita, o que me mantém viva são meus sentimentos. Convivo com o intenso desejo que todos em minha volta se sintam amados, vivo em função de amar. Necessito mergulhar nas profundezas, o raso não me atrai. Quero vivenciar o impossível e o místico, para quem sente muito tudo se torna possível.

Dessa forma permaneço vivendo os meus relacionamentos interpessoais em constante ambivalência, e minhas inconstantes mudanças de humor demonstram tamanha vulnerabilidade ao que a vida proporciona. Sinto demais, e demais é demasiadamente pouco para expressar.

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Sam

“Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida”